O PORQUÊ DA COLONIZAÇÃO DE BURITICUPU-MA
A ideia de se implantar
um projeto de colonização no Estado do Maranhão surgiu em face da existência de
uma grande quantidade de terras devolutas do Estado, bem como de um alto índice
de trabalhadores rurais que se encontravam excluídos do processo produtivo. Em todo
o Estado do Maranhão, homens e mulheres vindos de diversas partes do Nordeste
do país viviam em situação semiescrava, muitos sobrevivendo apenas da colheita
e da quebra do coco babaçu. Esses trabalhadores eram obrigados a vender os
produtos de seu trabalho aos próprios latifundiários por preços irrisórios,
estipulados pelos próprios compradores. À medida que o tempo passava a situação
só se agravava. Diante de tais circunstâncias, o governador Pedro Neiva a
partir de 1971, escolheu o desenvolvimento do setor primário como principal
meta do seu governo e, acertadamente, considerou como prioridade a distribuição
racional de terras.
Para dar maior
velocidade ao desenvolvimento dessa prioridade, o então governador do Estado,
Prof. Pedro Neiva de Santana, teve a ideia de criar uma companhia de
característica empresarial que possuísse autonomia, tão necessária em curto
prazo, para a consecução das metas planejadas. Assim, a aludida ideia evoluiu e
o governador resolveu agir com muita rapidez. Determinou, em caráter de
urgência, a elaboração de um projeto de lei que criasse a referida empresa, não
sem antes realizar todos os estudos e demais providências necessários à
concretização do projeto de colonização, cujo objetivo de elevar o nível sociocultural
e econômico dos agricultores maranhenses.
Porém é bem verdade que no
decorrer do projeto houve muitos desmandos por parte de muitos diretores daquele
empreendimento. Como, por exemplo: Desvio de verbas, falta de transparências na
aplicação dos recursos, falta de prestação de contas, mudança do plano original
do projeto, onde os colonos foram localizados em áreas desprovidas de recursos
hídricos, enquanto isso os grandes grupos econômicos que haviam se instalado na
região, possuíam terras com farturas de mananciais.
Escritor e historiador - Isaias Neres Aguiar
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